terça-feira, 3 de maio de 2016

Fé e obras

Da árvore frondosa, de grosso tronco e firme raiz, um ramo despontou, um milagre, um dom, pequeno, frágil, mas cheio de esperança, alimentado, que era, pela seiva. 
Folhas nele nasceram e, no tempo certo, na correta estação, uma fruta brotou, um simples olhar a alguém que alguém nunca se achara. 
Junto a esse fruto primevo outros surgiram - uma mão estendida na hora certa; uma posição, um ato, uma fala, uma indignação, em favor do fraco, da verdade, da justiça, a despeito das consequências; um sacrifício, uma negação, tendo o outro antes de si; um sorriso, um abraço, para quem frieza esperava, uma ajuda a quem não a deduzia -, outras estações vieram, outros frutos, uns mais vistosos, outros mais saborosos, nunca se sabe ou se presume o que ao agricultor mais vai agradar - até porque não os come, antes os doa, apenas se alegra em saber que dele vêm, de sua árvore -, mas é certo que se alegra e sorri com cada um dos que brotam daquele discreto e fino galho, os pequenos, os grandes, os doces e os travosos, os maduros e os ainda verdes, contanto que continuem nascendo, brotando, da sua árvore... 
Os frutos alimentam aos cansados, desesperançados, aflitos, fragilizados, aos, de tudo, famintos; essas frutas são a prova de que o galho existe, pois galho sem fruto galho não é, mas apenas lenha ainda não cortada, é pau morto, nada é, nunca existiu. 
O agricultor se regojiza nos frutos, do ramo, pois sabe que cada um deles, no seu tempo, gera vida, vidas transforma, vidas renova, são uma extensão da árvore que ele tanto ama e que plantou, regou e fez crescer. 
A árvore da vida. 

Nessa árvore meu galho está, e que meu amado agricultor, e sua árvore, me façam sempre, para glória deles e alegria minha, frutificar, e que me ensinem a perceber as estações, e aqueles à minha volta. Que limpem o meu ramo para que frutifique sempre, mais e mais.

Por Artur Gueiros

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Sugestão à Aliança

Entendo a Aliança como uma iniciativa correta e necessária no meio cristão brasileiro. Não apenas por buscar a unidade, mas por fazer isso numa visão de missão que busca encarnar o reino na vida do povo e da sociedade em que estamos inseridos. Entretanto, a partir de alguns pronunciamentos e ações cada vez menos espaçados, percebo que a própria percepção de reino da aliança tem limitações preocupantes, sobretudo no que tange o momento político que estamos vivendo. 
Dois fatos me preocupam pelo que sinalizam: tanto algumas pastorais quanto, sobretudo, o apoio à campanha do MPF contra a corrupção. Uma iniciativa como a criação da Aliança exige, claro, ousadia, mas também, sabedoria e prudência, pois não se deve construir uma torre sem que se tenha os recursos para terminá-la. Neste caso, os recursos a que me refiro são a clareza da visão do reino, as consequências dessa visão em cada aspecto da vida e da sociedade, a coerência de se manter alinhado à verdade, e a capacidade de discernir a verdade a partir do contato com a realidade. 
Neste sentido, é imprescindível não agirmos de forma ingênua, mas além da pureza das pombas, exercitarmos a sagacidade das serpentes, papel exercido de forma perfeita por Cristo que, sendo puro e sem malícia, ainda assim percebia as más intenções dos fariseus e mestres da lei e denunciava suas mentiras. Jesus não se deixava ludibriar pelo senso comum dos religiosos. Da mesma forma é extremamente importante que a direção da Aliança não se deixe levar pelo senso comum criado e direcionado pela mídia e seus interesses escusos. 
O uso do tema corrupção pela mídia e pelo MPF não é sincero, mas claramente político, de modo a prejudicar governos trabalhistas cujas conquistas são absolutamente inquestionáveis. Não estou alegando a não existência de corrupção no partido A ou B, mas o fato de se direcionar deliberadamente os holofotes, as investigações e a execração a apenas um lado; o alvo não é a corrupção, mas a tomada do poder. Fosse o combate à corrupção o real interesse da mídia e do MPF, todos seriam atingidos de forma indiscriminada, e não apenas um espectro político. 
Meu alerta reside em três pontos: 
1) na ânsia por fortalecimento da instituição para além dos limites legais, por razões políticas, e para atender ao "clamor do povo", o MPF propõe, dentre as iniciativas de lei “anti-corrupção” algumas de caráter claramente fascista, como as prisões preventivas por razões que se apoiam em elevado grau de discricionariedade e subjetivismo, o que abre as portas ao arbítrio, ao achaque e à perseguição para fins políticos, algo que já vem sendo posto em prática hoje, mesmo sem amparo legal. 
2) O simples fato de a diretoria da Aliança ter colocado a duvidosa campanha no site, demonstra seu grau de ingenuidade e capacidade de ser guiada pela mídia, assim como o próprio MPF o é. A Aliança não parece ter se perguntado porque existe uma campanha contra a corrupção e nenhuma contra a sonegação, que desvia infinitamente mais do erário, como alerta a Receita Federal? O MPF também não fez esse questionamento e embarcou no combate a corrupção porque, assim como a Aliança, age ingênua e acriticamente, sendo levado facilmente de um lado para outro pela mídia formadora de consensos. Diferente do MPF, a Aliança tem um norte e uma bússola para orientar na caminhada e não deveria cair nos mesmos erros. 
3) A situação atual do país não permite omissões, e a Aliança deveria se posicionar com ousadia e sabedoria, orientada pelo Espírito e pela Palavra, espada que discerne motivos e intenções escondidos por trás de discursos bonitos e cheios de aparentes boas intenções.
Não apoio a hipócrita, parcial e temerária campanha do MPF, que ávido pelos holofotes e guiado por uma visão elitista da sociedade, atropela a lei e ameaça garantias constitucionais com propósitos políticos e corporativistas.
Humildemente sugiro a leitura de Noam Chomsky e seus livros sobre o poder e as táticas da mídia para formação de consensos na sociedade, consensos esses que na vasta maioria das vezes servem de instrumento para a manutenção da injustiça, do erro e dos privilégios na sociedade.

O grande avanço no combate à corrupção se deu nos últimos governos trabalhistas, com o estabelecimento da CGU, a estruturação e fortalecimento da PF, e a criação de várias leis anti-corrupção, leis estas que vêm sendo utilizadas inclusive na midiática, ilegal e duvidosa operação lava-jato. 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Letra Morta - Jorge Camargo

Está no livro, está no templo
Mas não está no coração
Está no grego, está no hebraico
Mas não se fez encarnação

Está na forma, está nas fôrmas
Mas, Deus do céu, como serão
Os dias que estão por vir
Debaixo de tanta opressão?

Está na letra, está na lupa
E lá se foi a compaixão
Está nos lábios, está na lábia
De quem há muito já não tem noção

Do desvario, dos vãos desvios
Da estupidez da ostentação
Em olhos que não querem ver
A sua própria condição…

E a lábia é falsa,
E os lábios tremem,
E a lupa aumenta,
E a letra mata,
E a língua é pobre,
E o livro fecha,

E o templo é pedra…!


sábado, 25 de janeiro de 2014

Sacerdócio universal?


Aos membros mais atentos das nossas igrejas, não é difícil perceber como ao longo dos anos, de forma quase imutável, alguns temas são tratados com mais assiduidade e repetição por muitos pregadores, enquanto outras lições e preocupações presentes nas Escrituras são quase ou totalmente esquecidas; tal parcialidade na abordagem bíblica, independente das razões que a provoquem, mostra-se equivocada, por limitar a Palavra. A ênfase com que os mesmos pontos são repetidos - domingo após domingo - salta aos olhos com a mesma força que o silêncio em relação a diversos princípios e conceitos legados pelo Senhor, mesmo que de forma bastante enfática. Temas considerados vitais e importantes pelo Mestre, a ponto de serem abordados com vigor, são tratados com certa displicência e descaso por diversos líderes atuais.

Um exemplo de tema importante comumente olvidado ou minimizado é o sacerdócio universal dos santos, princípio basilar da Reforma Protestante. Eis um ponto nevrálgico do evangelho do Senhor Jesus e que incomoda boa parte das lideranças e até da própria membresia. A alguns perturba a aparente perda de controle e de poder de decisão (que não deveria ser deles, mas do Espírito Santo) em que o poder serve de meio para terem suas vontades satisfeitas, e não para servir. A outros lhes inquieta o grau de responsabilidade e sacrifício que o chamado de sacerdócio cristão encerra, tirando-os da falsa segurança em que se encontram. O fato de sermos todos, igualmente, sacerdotes - ou seja, termos, todos, acesso direto a Deus e servirmos de representantes e imagem do Pai aos que nos cercam (1Pe 2:9) -, faz com que tenhamos, necessariamente, que compartilhar responsabilidades enquanto corpo (1Co 12:14-20) e agirmos todos como seres maduros (1Co 14:20), conscientes do nosso papel no Reino, e não como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá (...) pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo (Ef 4:14-15).

A lição aprendida pelos Apóstolos

O sacerdócio universal estava sendo ensinado quando Jesus lavou os pés dos discípulos. Não havia sido compreendido por eles imediatamente, mas o Espírito os fez entender com clareza depois (Jo 13:4-8), de modo que os apóstolos passaram a agir com humildade, serviço e desapego ao poder, não mais lhes importando quem sentaria ao lado do Senhor.

Diferente de muitas lideranças atuais - que em suas pregações chegam até mesmo a falar da beleza do sacerdócio universal, mas com seus atos o negam e o esvaziam -, os apóstolos demonstraram que aprenderam e colocaram em prática o ensinamento de Jesus quanto ao exercício da liderança no meio cristão: (...) vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos (Mc 10:42-44). Lideranças há que governam igrejas ao modo do mundo, escorando-se na autoridade institucional, não incluem, não servem, nem empoderam, mas dominam e geram obediência através do medo supersticioso causado pelo desconhecimento e falta de entendimento das Escrituras, que produz culpa indevida e dependência emocional nas ovelhas cada dia mais superficiais e, por isso, mais vulneráveis; tudo isso muitas vezes acompanhado de frases doces e piedosas, que confundem e anestesiam o já frágil discernimento de muitos.

Os apóstolos não agiram como dominadores dos irmãos, mas como exemplos para o rebanho (1Pe 5:3), não impuseram suas decisões nem agiram como especiais, não usaram do nome de Deus para dar mais força e autoridade às suas próprias opiniões e decisões (Jr 23:25,30,31), nem utilizaram o fato de serem apóstolos como prerrogativa para verem sua vontade prevalecendo, como bem podemos observar na ocasião da controvérsia sobre a circuncisão dos gentios, em que a discussão e a resolução da questão se deu em todo o tempo com os apóstolos e presbíteros juntamente (At 15:6) - guiada pelo Espírito Santo, o que foi atestado pelos presentes pela aderência dos argumentos à Palavra (At 15:15,19) -, sem qualquer gesto dos primeiros de arrogar o poder de decisão para si, mas sim o de deixar-se usar pelo Espírito com os outros santos ali presentes. Tal simplicidade e desprendimento não se observam com facilidade em alguns líderes de hoje, cabendo aos santos resistir ao autoritarismo (Am 5:15) e reconduzir as lideranças ao caminho do serviço.

Pelo fruto os conhecereis...

Lancemos algumas questões para nos ajudar a identificar o grau de disposição das lideranças em conduzir o rebanho conforme o exemplo de Cristo e dos Apóstolos, fomentando e estimulando um ambiente saudável e propício à vivência do sacerdócio universal por toda a comunidade, por todos os membros.

O conselho estimula a participação nas decisões, com espaço aberto para opiniões? O ambiente no qual as assembleias se dão incentiva e deixa os irmãos à vontade para questionamentos, críticas e sugestões? Qual o comportamento da liderança para com as críticas? Elas são analisadas e utilizadas (quando pertinentes) para rever os rumos? As decisões a serem votadas nas assembleias são discutidas abertamente ou já vêm prontas e acabadas, constrangendo questionamentos?

A liderança é transparente com o uso dos recursos da comunidade? Há conselhos fiscais independentes? Seus relatórios são de conhecimento público? Todos os congregados sabem com clareza como os recursos são utilizados? A transparência nas ações e decisões é algo valorizado e praticado? O conselho busca educar e estimular o envolvimento nas decisões administrativas da igreja, levando as informações aos membros com antecedência, de modo a informá-los melhor e a gerar contribuições construtivas para a comunidade?

A liderança justifica suas ações? Usa argumentos convincentes, que não agridem a inteligência? Os argumentos respeitam a Palavra, o zelo com os recursos do reino e o espírito apostólico?

Os presbíteros têm papel ativo na liturgia e na condução do rebanho? Pregam frequentemente? Estão presentes no púlpito e na vida da comunidade (ou o culto é conduzido apenas pelos pastores?)? Os membros são chamados a orar durante os cultos, ou tal ação se concentra apenas nos sacerdotes institucionais?

Como são escolhidas as equipes de trabalho dos ministérios? São compostas por irmãos que se dispuseram após uma divulgação pública e transparente, ou são formadas de cima pra baixo, com os integrantes já escolhidos, mantendo de fora pessoas que, se avisadas, estariam desejosas de servir e exercer seus dons? As sociedades internas são fortes e saudáveis? Suas direções são eleitas ou são indicadas pela liderança?

A liderança é modelo de vida cristã frutífera, um exemplo a ser seguido? É modelo de integridade, simplicidade, humildade e desapego? Como os pastores colocam suas opiniões e pontos de vista, com humildade e deixando os outros à vontade para discordar, ou usam da posição para ter sua vontade prevalecendo a qualquer custo? 

domingo, 25 de agosto de 2013

O Profeta - Zé Geraldo



O dia vai chegar
estou me preparando porque antevi
No livro que lhe empresto e você não aceita a verdade ali
Existe tanta gente por ai as tontas sem se definir
Na hora da balança O peso não alcança o que deve atingir

Hei Homem de Deus
Acorda é tempo ainda
Eis que teu tempo finda
Faz uma oração

Hei Homem de Deus
Deixa a incoerência
Em sua conferência
fale de perdão

Quem você não conhece é que vai conferir se você passa ou não
Esqueça o seu padrinho pois lá não tem carta de apresentação
O que vai influir é o bem que você fez ou deixou de fazer
Existe em cada estante um livro importante e você não quer ler

Quem sabe se o juiz não foi alvo de risos quando aqui passou
Sofrendo a indiferença, pagando tributos da classe ou da cor
Quem sabe se você não vai se ver chorando a mais tirana dor
E implorar baixinho aquela mesma ajuda que você negou

A vida é uma escola onde o viver é o livro e o tempo o professor
Onde alguns são sábios porém até hoje ninguém se formou
A única certeza é que o dia do acerto já está pra vir
Prepare a sua alma pois na hora certa você vai ouvir

O som de um instrumento que não se afina ao diapasão
Virá anunciando sem segundo aviso a hora da razão
Estou lhe reparando, estou lhe aconselhando porque quero ir
Você se nega a ler, erroneamente crê que a vida é só aqui


Cidadão - Zé Geraldo

Tá vendo aquele edifício moço 
Ajudei a levantar. 
Foi um tempo de aflição 
Era quatro condução 
Duas pra ir, duas pra voltar. 
Hoje depois dele pronto 
Olho pra cima e fico tonto 
Mas me chega um cidadão 
E me diz desconfiado 
Tu tá ai admirado? 
Ou tá querendo roubar? 
Meu domingo esta perdido 
Vou pra casa entristecido 
Da vontade de beber 
E pra aumentar o meu tédio 
Eu nem posso olhar pro prédio 
Que eu ajudei a fazer 

Ta vendo aquele colégio moço 
Eu também trabalhei lá 
Lá eu quase me arrebento, pus a massa 
Fiz cimento, ajudei a rebocar. 
Minha filha inocente 
Vem pra mim toda contente 
Pai vou me matricular 
Mas me chega um cidadão 
Criança de pé no chão 
Aqui não pode estudar. 
Essa dor doeu mais forte 
Por que é que eu deixei o norte 
Eu me pus a me dizer 
Lá a seca castigava 
Mas do pouco que eu plantava 
Tinha direito a comer. 

Ta vendo aquela igreja moço 
Onde o padre diz amém. 
Pus o sino e o badalo 
Enchi minha mão de calo 
Lá eu trabalhei também. 
La sim valeu a pena 
Tem quermesse, tem novena 
E o padre me deixa entrar 
Foi lá que Cristo me disse 
Meu rapaz deixe de tolice 
Não se deixe amedrontar. 
Fui eu quem criou a terra 
Enchi o rio, fiz a serra 
Não deixei nada faltar 
Hoje o homem criou asas 
E na maioria das casas 
Eu também não posso entrar. 

Disparada - Geraldo Vandré


Prepare o seu coração
Prás coisas
Que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar...
Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo
A morte e o destino, tudo
Estava fora do lugar
Eu vivo prá consertar...
Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu...
Boiadeiro muito tempo
Laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
E boiadeiro era um rei...
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos
Que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei...
Então não pude seguir
Valente em lugar tenente
E dono de gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente...
Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto prá enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
Vou cantar noutro lugar
Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer ir mais longe
Do que eu...
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte
Num reino que não tem rei